Síndrome do Impostor - O que é e como resolver!
A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico em que a pessoa duvida de suas conquistas, tem uma visão distorcida de si mesmo e se sente como uma fraude ou, como o nome diz, um impostor, mesmo quando há evidências objetivas de seu sucesso.
Acho importante deixar claro aqui que síndrome do impostor não tem CID, ou seja, não é considerada como um transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É um fenômeno psicológico tratável com psicoterapia e é relativamente comum. As pessoas vão ter essas percepções sobre si em algum momento ou contexto da vida, como diz esse estudo aqui da Universidade da Georgia. O termo síndrome do impostor foi usado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes.
Vou trazer os sintomas e sugestões de como lidar com cada um deles.
Os sintomas mais comuns são:
Autodesvalorização:
As pessoas com síndrome do impostor tendem a subestimar suas próprias habilidades e conquistas. Elas frequentemente atribuem seu sucesso a fatores externos, como sorte ou engano, em vez de reconhecerem suas próprias habilidades e esforços.
Sugestão:
Busque em sua vida habilidades que você sabe que tem. Pode ser algo pequeno, do tipo "sei montar um cubo mágico". Lembre-se de algo que você sabe fazer e não tem nenhum a dúvida da sua capacidade. E então analise: o que você percebe nessa situação que te dá essa certeza? Como você pode afirmar que nessa circunstância você é bom? E então compare essas respostas com o contexto em que se sente um impostor.
Lembre-se que a síndrome do impostor é contextual. Ninguém se sente impostor em tudo. Tive um cliente que se sentia um impostor no trabalho, mas não como pai. Oras, que evidência você tem como pai que não tem no trabalho? O que você faz como pai que acredita que não faz no trabalho? Batendo essas informações pode ser que você perceba que, na verdade, está fazendo tudo o que pode dentro do contexto.
Medo de ser exposto:
Indivíduos com síndrome do impostor têm medo constante de serem descobertos como fraude. Eles acreditam que, em algum momento, as pessoas ao seu redor perceberão que não são tão competentes ou talentosos como parecem.
Sugestão:
Você conhece alguém que se acha o bonzão, mas na verdade é um zero à esquerda? Conhece sim. Então, mesmo a pessoa que se acha o melhor pode ser desmascarado e descoberto como fraude. Isso não é um mérito exclusivo seu. Cabe a você assumir que tem habilidades melhores que outras e que, em alguns contextos, suas fraquezas podem ser descobertas. Aqui o maior problema não é ser descoberto, mas sim achar que ser descoberto é ruim. Oras, se alguém te apontar algo a melhorar, se dedique a melhorar e ponto. Mata no peito e bola pra frente.
Perfeccionismo:
O perfeccionismo é comum entre aqueles que experimentam a síndrome do impostor. Eles estabelecem padrões irrealisticamente altos para si mesmos e têm dificuldade em aceitar o sucesso se não alcançarem a perfeição em todas as áreas.
Sugestão:
Isso aqui é apenas o medo de fracassar. No fundo, sindrome de impostor nada mais é do que uma inabilidade de lidar com o fracasso e a derrota. Aprenda que o caminho para o sucesso é o fracasso. "Quem teme o fracasso não é merecedor do sucesso." Quando você souber exatamente o que pensar e como se comportar diante de um fracasso, não terá mais a necessidade de ser perfeccionista. A vontade de fazer bem feito é só pra não ser criticado negativamente. Aprenda a tomar rasteiras da vida.
Dificuldade em internalizar o sucesso:
Mesmo quando obtêm sucesso e reconhecimento externo, os indivíduos com síndrome do impostor têm dificuldade em aceitar e internalizar esses elogios. Eles tendem a desvalorizar ou minimizar suas conquistas.
Sugestão:
Esse problema acontece apenas no contexto específico. Lembre-se de qualquer elogio que já recebeu na vida e aceitou. Porque aceita esse e não aquele? Qual a diferença entre os dois?
Comparação constante:
As pessoas afetadas pela síndrome do impostor frequentemente se comparam aos outros de maneira negativa. Elas acreditam que os outros são mais inteligentes, talentosos ou capazes, ampliando sua própria insegurança e sentimento de inadequação.
Sugestão:
Como você faz essa comparação? Você alucina com o a pessoa é por dentro? Como você vai saber se alguém é mais capaz do que você? Se você perceber que está assumindo que os outros são melhores sem evidência sensorial, então pare e faça diferente. Analise os comportamentos. "O comportamento que essa pessoa pratica, eu também sou capaz de fazer?" Se sim, então não há motivos para se considerar inferior. Se não, apenas precisa praticar uma nova habilidade comportamental. Sempre que se pegar comparando com alguém, se questione se a comparação se baseia em um comportamento específico e se você está disposto a alcançar aquele comportamento. Se não estiver disposto, tudo bem também, porque aceitará que não consegue uma coisa que não consegue mesmo, e isso não é nenhum problema.
A gente sofre muito mais pelo que pensa do que pelo que de fato acontece.
Um grande abraço.
Werner Hille
Terapeuta, Neuropsicólogo, Hipnólogo, Professor de PNL e Analista Psicocomportamental.
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